segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Alice: qualidade e diversão a preço de banana

Cena do musical Alice no País das Maravilhas, em Paulínia
É tão bom quando você sai de casa, tem uma ótima surpresa e fica satisfeito ao deixar o teatro. Pois nesse domingo foi exatamente isso que aconteceu. Trabalhar com cultura tem vários benefícios, como ficar sabendo de diversos acontecimentos pela cidade, seja espetáculos, peças, shows e por aí vai.
Uma adaptação do clássico Alice no País das Maravilhas foi apresentada esse final de semana no Theatro Municipal de Paulínia. Um musical, com direção de Fernanda Chamma (Hairspray, A Gaiola das Loucas, Aladdin). Mas não é um musical como estamos acostumados a ver. É uma versão feita com 600 crianças. Isso mesmo, 600. Porque, na verdade, faz parte do projeto de dança da cidade, e, no final do ano, geralmente eles fazem uma apresentação.
Quando conversei com a Fernanda, ela me explicou que viu a pré-estreia na Broadway com as outras duas organizadoras e que teve a ideia de trazer a história para a cidade, mas ela me adiantou que se tratava apenas de uma inspiração. Fiquei preocupado e pensando: como é possível colocar 600 crianças em um palco para contar uma história como essa. Mas é possível, e, digo mais, o resultado é bom.
Claro que o musical é infantil e feito, em sua maioria, por crianças que estão ali porque querem apenas se divertir. E, talvez por isso, o resultado seja tão positivo. Todas aquelas pessoas conseguiram passar a mensagem.
O musical de duas horas foi dividido em várias cenas. Algumas delas receberam um toque especial, com hits de outros musicais, números conhecidos dos brasileiros, como Os Saltimbancos, e até piadas a lá Zorra Total. Todos, encaixados brilhantemente.
Cada criança fazia apenas um número. Elas foram ao teatro para isso, dançar e cantar naqueles 3 ou 4 minutos, mas tempo que foi dedicado a eles. E, por isso, quando um grupo entrava em cena, ele estava feliz, ensaiado, cheio de energia e fazendo o melhor que podia, afinal, aquela era a chance que cada um tinha para agradar ao público, formado, obviamente, por muitos familiares.
Palco cheio é sempre muito gostoso. Deixa a peça animada, rápida e para cima. Tudo muito colorido e um figurino impecável. Flores, gatos, abelhas, cartas de baralho e corações em vários estilos, jazz, balé, sapateado. Tudo muito bem feito, organizado e divertido.
E, agora, vem a melhor parte. O espetáculo, como disse, foi no magnífico Theatro Municipal de Paulínia – que está no nível dos grandes teatros da capital. Para assistir essa peça, com a qualidade descrita e nesse lugar lindo, a pessoa tinha que desembolsar a fortuna de R$ 5,00. Sim, por esse valor que você não vai nem ao cinema, você consegue assistir a um show como esse, muito bem produzido e para toda a família.
No sábado, também acompanhei um espetáculo de dança de duas horas. A diferença é que para entrar, você tinha que deixar R$ 65,00 na bilheteria para ver números, digamos, amadores. Não é possível comparar uma coisa com a outra, mas quando existem iniciativas e boa vontade, seja pela parte pública ou privada, sempre é possível fazer um espetáculo que qualquer pessoa possa ver – e com qualidade. Mais um exemplo. Na quinta, assisti a peça O Amor e Outros Estranhos Rumores, com a global Débora Falabella, no teatro do Sesi. Sabe quanto para entrar no teatro: nadinha!

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